O uso da palavra será concedido a vítimas do afundamento de cinco bairros da capital alagoana - Foto: Reprodução
As vítimas do afundamento de cinco bairros devido à extração de sal
gema em Maceió serão ouvidas, nesta sexta-feira (12), pela Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à Organização dos Estados
Americanos (OEA).
A Comissão tem como objetivo ouvir vítimas de
diversas tragédias que ocorreram no Brasil ao longo dos últimos anos e
que não resultaram em nenhuma responsabilização no âmbito criminal. A
audiência discutirá se o Estado brasileiro, considerando a falta de
resposta judicial, tem envolvimento nas violações de direitos humanos
causadas por atividades comerciais.
O uso da palavra será concedido a vítimas do afundamento de cinco bairros da capital alagoana devido à exploração de minas de sal-gema pela petroquímica Braskem. Apesar do crime ambiental não ter resultado em nenhuma morte, estima-se que cerca de 60 mil pessoas tiveram que se mudar do local e deixar para trás os seus imóveis. As vítimas alegam que há casos de pessoas que posteriormente cometeram suicídios por causa da drástica mudança de vida e perdas.
Os depoimentos terão início às 15h e serão transmitidos pelo canal da
comissão no Youtube. Ao todo, a audiência terá uma hora e meia de
duração. Representantes do Estado brasileiro também poderão fazer uso da
palavra.
Entre os participantes, estão ainda vítimas das duas
grandes tragédias da mineração que geraram comoção no país: o rompimento
de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, em
2015, e o rompimento de uma outra barragem no município de Brumadinho,
também em Minas Gerais, no ano de 2019. A estrutura pertencia à Vale,
mineradora que também estava envolvida na tragédia anterior.
*Com informações do Cada Minuto
