
Autoridades do Tocantins e do Maranhão lançaram um alerta
para a população evitar o consumo, utilização e banhos nas águas do Rio
Tocantins, na região onde caiu a ponte Juscelino Kubitschek de
Oliveira, que liga os dois estados. Ontem (22), o vão central da ponte,
com 533 metros de extensão, cedeu, derrubando pelo menos 10 veículos,
dos quais quatro caminhões, três veículos de passeio e três
motocicletas.
O alerta foi lançado após a confirmação da presença
de cargas com substâncias perigosas, incluindo defensivos agrícolas e
produtos químicos corrosivos, como ácido sulfúrico.
Segundo as
secretarias de estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e da
Defesa Civil Estadual do Tocantins, a Secretaria Estadual de Meio
Ambiente do Maranhão (Sema) e Prefeitura de Estreito, o alerta se dá em
razão do “alto risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à
possível queda de cargas com produtos químicos”.
A recomendação é
para que os moradores dos municípios afetados evitem qualquer contato
direto com a água do Rio Tocantins no trecho atingido pelo acidente,
incluindo banhos e o consumo de água.
A orientação é destinada,
especialmente, às populações de Aguiarnópolis, Maurilândia do Tocantins,
Tocantinópolis, São Miguel do Tocantins, Praia Norte, Carrasco Bonito,
Sampaio, Itaguatins, São Sebastião do Tocantins e Esperantina, no
Tocantins.
Já no Maranhão, o alerta vale para as cidades de
Estreito, Porto Franco, Campestre, Ribamar Fiquene, Governador Edison
Lobão, Imperatriz, Cidelândia, Vila Nova dos Martírios e São Pedro da
Água Branca.
“Equipes técnicas dos dois estados, em parceria com
outros órgãos competentes, estão mobilizadas para monitorar a situação.
Os trabalhos incluem a avaliação da qualidade da água e possíveis
impactos ambientais, planejamento e execução de ações para conter a
contaminação do rio e operações para a remoção dos veículos submersos”,
informou o governo do Tocantins.
A situação fez com que a
Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) determinasse a
paralisação temporária dos sistemas de captação, tratamento e produção
de água em Imperatriz, distante pouco mais de 120 km de Estreito.
A
empresa pediu à população que economize água até que a situação seja
normalizada. Segundo o governo do Maranhão, a Caema enviará
caminhões-pipa para os locais afetados, que fornecerão água em locais
públicos, como: unidades de saúde e delegacia.
A possível
contaminação também foi responsável pela suspensão das buscas aos
desaparecidos. Segundo a Defesa Civil de Estreito, até o momento 16
pessoas estão desaparecidas. Uma morreu e uma segue hospitalizada.
Agentes
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) estão na região para verificar a situação da
qualidade da água e também impactos sobre a flora e fauna locais, a
exemplo da possível contaminação de peixes.
Reconstrução
Após
sobrevoar a região do acidente, o Ministro dos Transportes, Renan
Filho, disse que foi decretada situação de emergência na região e que o
governo federal destinará mais de R$ 100 milhões para as obras de
recuperação da ponte e retirada dos escombros.
Equipes do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estão
avaliando a situação, apurando as possíveis causas e para “tomar as
medidas necessárias”, informou o ministro.
“Temos todas as
condições técnicas para a reconstrução e os recursos técnicos
necessários para a reconstrução para que se consiga ter esta obra no que
concerne não apenas à reconstrução, mas também à retirada dos
escombros, avaliação dos danos causados, acompanhamento da obra e a
execução das futuras obras. Iremos reconstruir uma ponte com todos os
itens de garantia de segurança”, afirmou.
Segundo o ministro, a
pasta trabalha para que os recursos sejam liberados ainda este ano. “Com
a emergência decretada queremos contratar a reconstrução da ponte ainda
dentro do exercício de 2024. Isso será um trabalho de muita
resolutividade do ministério”, completou.