O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) afirmou ser alvo de
perseguição política ao comentar o processo que pode resultar em sua
cassação na Câmara dos Deputados. Em entrevista concedida nesta
quinta-feira (3) ao programa Segunda Chamada, do canal MyNews, Braga
classificou a representação como uma forma de “tortura institucional” e
atribuiu sua origem a uma suposta articulação do ex-presidente da Casa,
Arthur Lira (PP-AL), a quem chamou de “inimigo”.
A representação
foi apresentada pelo partido Novo, após um episódio de agressão física
entre o deputado e um militante do Movimento Brasil Livre (MBL),
ocorrido em abril de 2024. O caso está sob análise do Conselho de Ética e
teve o parecer lido nesta quarta-feira (2) pelo relator Paulo Magalhães
(PSD-BA), que recomendou a cassação do mandato. A votação foi adiada
por um pedido de vista do deputado Chico Alencar (Psol-RJ) e deve ser
retomada na próxima semana.
Segundo o relator, Braga teria
“extrapolado os direitos inerentes ao mandato” e abusado de suas
prerrogativas parlamentares. O deputado, por sua vez, criticou o parecer
e afirmou que o voto pela cassação foi “contratado” previamente por
meio de acordo político com Arthur Lira.
Braga associou o
processo ao seu histórico de críticas à condução da Câmara sob o comando
de Lira e à destinação de recursos do chamado “orçamento secreto”. Ele
também mencionou embates públicos relacionados à sua oposição a práticas
consideradas irregulares na liberação de emendas parlamentares.
Sobre
o episódio que originou o processo, o deputado disse ter reagido a
provocações que envolveram ofensas direcionadas à sua mãe, Saudade
Braga, ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ), que estava em estado grave de
saúde na época e faleceu no mês seguinte. Braga afirmou que o militante
do MBL já havia protagonizado outros episódios de provocação.
O caso continua em tramitação no Conselho de Ética da Câmara.
Arthur Lira e Glauber Braga - Foto: Reprodução
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