A Polícia Militar de Alagoas negou, nesta terça-feira (10), qualquer
ligação entre a fuga do major Pedro Silva, ocorrida no último fim de
semana, e a recente troca de comando na Academia da PM. O oficial, que
estava detido desde janeiro por violência doméstica, escapou da custódia
e, posteriormente, matou o próprio filho, o ex-cunhado e uma terceira
pessoa.
A troca de comando, oficializada dois dias após a fuga,
envolveu a saída do coronel Mário Xavier da direção da Academia da PM e
sua transferência para o Comando de Policiamento Especializado. Em seu
lugar, assumiu o coronel Carlos Azevedo, que anteriormente ocupava a
chefia do CPE. Segundo a corporação, a substituição foi baseada no
histórico profissional dos oficiais e integra o conjunto de mudanças
administrativas regulares da instituição.
Em nota, a PM informou
ainda que seis militares foram transferidos em caráter excepcional, mas
esclareceu que nenhum deles estava de serviço no momento da fuga. De
acordo com a corporação, a medida busca assegurar a imparcialidade nas
investigações que apuram as circunstâncias da evasão do major.
Veja a nota na íntegra:
A
Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) informa que movimentações em cargos
estratégicos são atividades rotineiras na Corporação e visam oxigenar a
tropa e dinamizar a gestão no serviço policial militar.
A
respeito da movimentação publicada em Boletim Geral desta segunda-feira
(9), transferindo o coronel Mário Xavier, da Academia de Polícia Militar
(APM) para o Comando de Policiamento Especializado (CPE), foi
considerado o currículo do oficial superior, que possui vasto
conhecimento e capacidade técnica, além de cursos e capacitações
voltados à área operacional.
Igualmente, a transferência do
coronel Carlos Azevedo, do CPE para a APM, levou em conta os excelentes
serviços prestados pelo oficial na atividade de gestão em cargos
estratégicos desempenhados anteriormente. Dessa forma, o comando-geral
acredita que ambos os oficiais farão um exímio trabalho em suas novas
pastas. A medida deve também conferir maior isenção nas investigações a
serem realizadas relativas à fuga de custodiado ocorrida no último final
de semana.
A PM-AL esclarece ainda que os seis militares
transferidos em caráter excepcional não têm relação com a mencionada
fuga, uma vez que nenhum deles estava de serviço no dia em que o fato
ocorreu. O termo “caráter excepcional” alude ao fato de que tais
transferências se sucederam em data diferente da estabelecida usualmente
para esse tipo de movimentação.
Pedro Silva estava preso desde
janeiro de 2025 por violência doméstica. Após fugir da academia, ele
manteve familiares em cárcere privado, matou o filho e o cunhado, e
morreu em confronto com o Bope.
