Alckmin negocia com EUA e defende solução comercial para evitar impactos tarifários Vice-presidente relata conversa com secretário americano após anúncio de tarifas Por Esther Barros 25/07/2025 06h06

                                   Geraldo Alckmin - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, informou nesta quinta-feira (24) que manteve um diálogo direto com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sobre as novas tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.

A conversa, que durou cerca de 50 minutos, ocorreu no último sábado (19) e foi considerada por Alckmin como “positiva e produtiva”.

Essa foi a primeira interlocução de alto nível entre representantes dos dois países desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, há duas semanas, a taxação de 50% em produtos brasileiros, com vigência prevista para 1º de agosto.

“Nós colocamos todos os pontos e destacamos o interesse do Brasil na negociação”, afirmou o vice-presidente. Ele reiterou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é tratar a questão de forma pragmática, sem contaminação política ou ideológica.

“Queremos inverter a lógica do perde-perde. Buscar soluções, ampliar a integração produtiva, discutir a não bitributação e atrair investimentos recíprocos”, completou.

Alckmin coordena o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado para responder à medida norte-americana. Desde a semana passada, ele tem realizado reuniões com setores diretamente afetados pelas tarifas, incluindo representantes da indústria de armas e munições, como a Taurus e a ANIAM, além de membros do varejo.

Paralelamente, o governo brasileiro levou o tema à Organização Mundial do Comércio (OMC), onde defendeu que sanções comerciais não devem ser usadas como instrumento político ou para violar a soberania de outros países.

Em carta enviada ao presidente Lula no início de julho, Trump justificou as sanções com críticas à política externa brasileira e chegou a pedir anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado.

O governo brasileiro, embora tenha sinalizado que poderá adotar medidas de reciprocidade caso as tarifas entrem em vigor, ainda não anunciou contramedidas concretas.

A expectativa é que qualquer resposta oficial só seja divulgada após o início da vigência das sanções, em agosto.


 

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