O possível encerramento das atividades
da Unidade de Cloro-Soda (UCS) da Braskem em Maceió, previsto para 2026,
ainda não foi comunicado oficialmente pela companhia. Segundo apuração
do Blog do Edivaldo Júnior, a possibilidade foi mencionada verbalmente
por gestores da empresa durante reuniões reservadas com representantes
da Algás e do governo de Alagoas. A questão, no entanto, vem sendo
tratada com sigilo.
Procurado pelo blog, o presidente da Algás,
Ediberto Omena, afirmou que não comentaria o episódio e orientou que as
informações fossem solicitadas diretamente à Braskem. Até o momento, não
há registro de notificação formal sobre a decisão.
A Braskem
mantém contrato com a Algás até dezembro deste ano para o fornecimento
diário de 550 mil metros cúbicos de gás natural, volume que representa
cerca de 80% do total comercializado pela distribuidora, estimado em 650
mil m³ por dia.
O cenário é de
incerteza para a petroquímica. Controlada pela Novonor (antigo grupo
Odebrecht) e pela Petrobras, a Braskem vive impasses societários e
estratégicos. Recentemente, a Petrobras advertiu que a Novonor não pode
vender ativos (o que também implica no encerramento de unidades) sem seu
aval, colocando sob questionamento tanto a venda da participação
acionária do grupo quanto eventuais mudanças operacionais, como o
fechamento da UCS.
A indefinição se soma ao contexto local,
marcado pelas negociações em andamento entre a Braskem e o governo de
Alagoas, além de empresas ou pessoas que sofreram danos materiais no
caso do “incidente” ambiental na capital alagoano. As conversas
envolvem, entre outros pontos, a reparação dos danos socioambientais
provocados pelo afundamento de bairros em Maceió, episódio que levou à
desocupação de áreas inteiras e à remoção de milhares de famílias.
Sem
consenso sobre o passivo ambiental, potenciais investidores — como o
empresário Nelson Tanure — avaliam desistir de negociações pela compra
de participação na Braskem. Enquanto isso, bancos credores da Novonor
retomam planos alternativos para viabilizar a entrada de outros grupos
no processo que pode levar a transferência do controle da companhia.
A
expectativa é que a companhia se manifeste oficialmente sobre o futuro
da UCS. Até lá, prevalece a dúvida prevalece alimentada pelo silêncio
formal e a movimentação nos bastidores.