Fechamento da UCS da Braskem de Maceió não foi comunicado oficialmente A possibilidade foi mencionada verbalmente por gestores da empresa durante reuniões reservadas com representantes da Algás e do governo de Alagoas Por Blog de Edivaldo Junior 13/08/2025 05h05

                                                                         - Foto: Reprodução

O possível encerramento das atividades da Unidade de Cloro-Soda (UCS) da Braskem em Maceió, previsto para 2026, ainda não foi comunicado oficialmente pela companhia. Segundo apuração do Blog do Edivaldo Júnior, a possibilidade foi mencionada verbalmente por gestores da empresa durante reuniões reservadas com representantes da Algás e do governo de Alagoas. A questão, no entanto, vem sendo tratada com sigilo.

Procurado pelo blog, o presidente da Algás, Ediberto Omena, afirmou que não comentaria o episódio e orientou que as informações fossem solicitadas diretamente à Braskem. Até o momento, não há registro de notificação formal sobre a decisão.

A Braskem mantém contrato com a Algás até dezembro deste ano para o fornecimento diário de 550 mil metros cúbicos de gás natural, volume que representa cerca de 80% do total comercializado pela distribuidora, estimado em 650 mil m³ por dia.

O cenário é de incerteza para a petroquímica. Controlada pela Novonor (antigo grupo Odebrecht) e pela Petrobras, a Braskem vive impasses societários e estratégicos. Recentemente, a Petrobras advertiu que a Novonor não pode vender ativos (o que também implica no encerramento de unidades) sem seu aval, colocando sob questionamento tanto a venda da participação acionária do grupo quanto eventuais mudanças operacionais, como o fechamento da UCS.

A indefinição se soma ao contexto local, marcado pelas negociações em andamento entre a Braskem e o governo de Alagoas, além de empresas ou pessoas que sofreram danos materiais no caso do “incidente” ambiental na capital alagoano. As conversas envolvem, entre outros pontos, a reparação dos danos socioambientais provocados pelo afundamento de bairros em Maceió, episódio que levou à desocupação de áreas inteiras e à remoção de milhares de famílias.

Sem consenso sobre o passivo ambiental, potenciais investidores — como o empresário Nelson Tanure — avaliam desistir de negociações pela compra de participação na Braskem. Enquanto isso, bancos credores da Novonor retomam planos alternativos para viabilizar a entrada de outros grupos no processo que pode levar a transferência do controle da companhia.

A expectativa é que a companhia se manifeste oficialmente sobre o futuro da UCS. Até lá, prevalece a dúvida prevalece alimentada pelo silêncio formal e a movimentação nos bastidores.


 

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