A atual legislatura da Assembleia Legislativa de Alagoas tem a maior
bancada feminina da história: seis deputadas entre 27 parlamentares,
superando a marca de 20% das cadeiras. O cenário, no entanto, pode mudar
a partir das eleições de 2026. A composição atual dificilmente será
mantida, e a projeção mais provável aponta para uma redução no número de
mulheres na Casa.
A única certeza até agora é que a deputada
Carla Dantas não disputará a reeleição. Ele deixará a disputa para dar
lugar a Paulinho Mendonça, nome apoiado pelo governador Paulo Dantas e
herdeiro natural das bases políticas que sustentaram a eleição da
parlamentar em 2022. Essa troca , por si só, já representa uma baixa na
representação feminina.
Outra possibilidade em discussão é a não
participação da deputada Flávia Cavalcante, que pode ser substituída na
disputa pelo pai, o ex-prefeito Cícero Cavalcante. Embora ainda não
confirmada, essa movimentação elevaria para duas as baixas da atual
bancada feminina, reduzindo muito as chances de repetição do desempenho
das mulheres de 2022.
AS demais deputadas — Cibele Moura, Fátima
Canuto, Gabi Gonçalves e Rose Davino — disputam como favoritas, mas não
há garantia de reeleição. Algumas enfrentam perda de bases em comparação
com o último pleito. É o caso de Fátima Canuto e Gabi Gonçalves, que
chegam à disputa com redes de apoio mais enxutas, em um cenário
eleitoral que promete ser um dos mais competitivos dos últimos anos.
Apesar
das dificuldades, dois nomes femininos surgem como potenciais novidades
na corrida proporcional. A vereadora Teca Nelma, de Maceió, e a
prefeita de Atalaia, Cecília Hermann, devem entrar na disputa com reais
condições de vitória. Ambas possuem visibilidade e estrutura política
capazes de conquistar votos de base e de opinião.
Quem também deve
disputar a eleição de 26 é a ex-deputado Ângela Garrote. Mesmo tendo
perdido bases, ela segue forte e deve chegar à disputa com condições de
competir por uma aga.
Mantido o cenário de hoje, a projeção
indica que a bancada feminina poderá se manter no máximo em seis
cadeiras, mas a tendência é de redução, impulsionada pelas trocas de
candidaturas e pela fragmentação das bases eleitorais.
O ambiente
de disputa também será duro entre os homens. Dos 21 deputados estaduais
que devem buscar a reeleição, a expectativa é que pelo menos dois ou
três não consigam renovar o mandato, abrindo espaço para o retorno de
ex-parlamentares ou a chegada de novos nomes à Assembleia a partir de
2027.
