O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional
(MIDR) está acompanhando de perto a situação em Maceió, Alagoas, que
sofreu, nos últimos dias, seguidos abalos sísmicos causados por
atividades de mineração da Braskem. Nesta sexta-feira (1º), foi
realizada reunião com uma equipe da Defesa Civil Nacional, que está no
local desde quinta-feira (30) por determinação do ministro Waldez Góes,
que participou de forma on-line. O objetivo do encontro foi apresentar
as informações levantadas pela equipe e traçar, em parceria com as
defesas civis estadual e municipal, uma estratégia para atender a
população afetada..
“A Defesa Civil Nacional e o Gade (Grupo de
Apoio a Desastres) já monitoram a situação do lugar há muito tempo. Por
determinação do presidente Lula e do presidente em exercício, Geraldo
Alckmin, estamos com todo o nosso aparato de prontidão para auxiliar
Alagoas em caso de necessidade”, informou Waldez Góes. “Iremos
reconhecer ainda nesta sexta-feira a situação de emergência na cidade de
Maceió e também repassaremos os recursos necessários para apoio à
população”, destacou o ministro.
Os locais que mais sentiram os
tremores de terra foram os bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro. Os
locais estão isolados e os moradores foram realocados. Segundo a Defesa
Civil Nacional, foi observada significativa movimentação em Mutange,
chegando a 50 cm nas últimas 24h. A última média de movimentação
calculada na área era da ordem de 18 cm por ano. Foram identificadas
ainda trincas e rachadura no solo, que evoluíram significativamente.
"A
título de informação, no período de 19 a 24 de novembro, foi registrado
um total de 1011 eventos sísmicos na área. Além da quantidade elevada
de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais
rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção a
superfície", explicou o diretor de obras da Defesa Civil Nacional, Paulo
Falcão, que coordena a ação com o apoio de membros do Gade.
Histórico
O
caso Pinheiro/Braskem tornou-se conhecido após um tremor de terra
sentido por moradores de alguns bairros de Maceió, em março de 2018. Com
o intuito de encontrar as razões para o fenômeno, o Serviço Geológico
do Brasil (SGB) deu início a estudos dos locais atingidos, culminando
com a apresentação de relatório técnico no qual ficou evidenciada
subsidência na região e sua direta correlação com as atividades da
mineradora.
Em janeiro de 2020, foi firmado um Termo de Acordo
para Apoio na Desocupação das Áreas de Risco, viabilizando a evacuação
da área com a respectiva indenização pela empresa.
O Governo
Federal tem apoiado o município de Maceió desde o início da detecção do
fenômeno, inicialmente por meio da investigação das causas do problema
realizado pela SGB, passando pelo auxílio na elaboração dos planos de
contingência, tanto em nível federal, quanto local.
A Defesa
Civil Nacional, em parceria com o SGB, auxiliou a Defesa Civil de Maceió
nas definições dos mapas de linhas de ações prioritárias do plano de
monitoramento da área, além do acompanhamento técnico ao longo dos
últimos anos. Fruto do acordo judicial, a estrutura da defesa civil foi
reforçada e a área afetada passou a contar com monitoramento em tempo
real 24 horas por dia, sete dias por semana.
Em parceria com o
Governo Federal, e apoiado por especialistas acadêmicos, foram
elaborados protocolos de monitoramento sísmicos e geológicos na área,
com a instalação de uma rede de equipamentos que permanecem em constante
funcionamento.
