A minerada petroquímica multinacional Braskem anunciou, nesta sexta-feira (17), o plantio de árvores em ruas, praças e avenidas de Maceió. A cidade possui cinco bairros fantasmas após os afundamento de solo causado pelas ações da companhia.
De acordo com a assessoria de comunicação da Braskem, serão 1800 árvores em áreas públicas nos novos trechos das avenidas Durval de Góes Monteiro e Menino Marcelo e em espaços de convívio e avenidas nos bairros Benedito Bentes, Cidade Universitária, Jaraguá e Jatiúca.
Recentemente, a empresa que afundou Maceió e tirou 60 mil pessoas de suas casas lançou o edital Projetos que Transformam, "para incentivar projetos desenvolvimento local das áreas de influência das operações da Braskem". Cada projeto contemplado no edital receberá até R$ 50 mil.
Em entrevista ao Portal Olhos Jornalismo, em maio deste ano, à época do lançamento do edital, a fundadora do Observatório do Caso Braskem, Evelyn Gomes, classificou o ato como uma "óbvia ação de greenwashing".
Ela explicou que greenwashing – um termo em inglês que pode ser
traduzido como “lavagem verde”, é praticado por indústrias públicas ou
privadas, organizações não governamentais e até governos. Na prática,
uma tática de marketing, para promover discursos, ações e propagandas
sustentáveis que, ironicamente, só se sustentam na teoria.
“É
uma óbvia ação de greenwashing. Quando você pensa no nome ‘Projetos que
transformam’ – que tem com o propósito de melhorar a vida das pessoas, a
gente já cria um paradigma. Porque a gente está falando da empresa
responsável e que se assumiu como responsável por tudo que aconteceu”,
disse a ativista.