
A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL), por
meio do Núcleo de Proteção Coletiva, realizou, nesta semana, um encontro
com os representantes dos carroceiros afetados que trabalham com
materiais recicláveis e entulhos devido a realocação realizada pela
Braskem.
A reunião teve como objetivo discutir as dificuldades
enfrentadas por eles após a implementação do programa de motorização
adotado pela Prefeitura de Maceió. Esses trabalhadores foram excluídos
do projeto por serem analfabetos e não poderem conduzir veículos
motorizados.
De acordo com a DPE/AL, os cidadãos relataram que a
situação afeta cerca de 70 carroceiros residentes dos Flexais, na parte
baixa de Maceió, que antes trabalhavam nos bairros Mutange, Pinheiro e
Bebedouro, e agora precisam se deslocar para áreas mais distantes, como o
bairro da Gruta, em busca de materiais recicláveis.
Os
carroceiros ainda afirmaram que desde a introdução das carroças
motorizadas, o trabalho se tornou praticamente inviável, pois os
veículos motorizados coletam os materiais antes deles. Além disso,
muitos precisam sair de casa muito cedo, às 4h30 da manhã, retornando
tarde e percorrendo longas distâncias, alguns até usando cavalos para
auxiliar na coleta, enquanto outros puxam as próprias carroças.
Para
o Defensor Público, Ricardo Antunes Melro, é importante buscar medidas
que garantam a continuidade do trabalho desses cidadãos.
"O
programa da Prefeitura de Maceió deixou os catadores de recicláveis e
entulhos em situação mais vulnerável, já que, por serem analfabetos, não
podem dirigir e competir com os veículos motorizados. Embora o programa
não seja necessariamente prejudicial, seus efeitos colaterais precisam
ser abordados. É fundamental explorar alternativas e desenvolver
soluções de forma colaborativa", destacou Melro.
A Defensoria
Pública realizará uma nova reunião no dia 7 de agosto, com a
participação de outras secretarias municipais, para buscar soluções
viáveis que possam incluir os carroceiros no novo cenário econômico
municipal.
*Com Ascom DPE/AL