
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) apresentou
atualizações sobre as ações de fiscalização e monitoramento ambiental
realizadas desde o rompimento da Mina 18, da Braskem, ocorrido em 10 de
dezembro de 2023. O evento marcou um ponto crítico para a gestão
ambiental do Estado, levando ao reforço das iniciativas de controle e
avaliação de impactos na região.
Desde o incidente, o IMA
realizou 124 ensaios analíticos em pontos estratégicos entre dezembro de
2023 e janeiro de 2024, cujos resultados foram compartilhados com
pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e comparados aos
dados históricos do instituto. No decorrer de 2024, até o momento,
foram conduzidos 176 ensaios na Laguna Mundaú, localizada no Complexo
Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM). Esses ensaios incluem
análises regulares, respostas a denúncias e demandas externas, além de
48 relatórios sobre a balneabilidade da região.
Os estudos
realizados apontam condições preocupantes na Laguna Mundaú, associadas a
fatores como altas temperaturas, lançamento de efluentes industriais e
domésticos, presença de agroquímicos, resíduos químicos derivados de
combustíveis e acúmulo de matéria orgânica. A degradação do leito da
laguna é agravada por um intenso processo de assoreamento, impactando
negativamente a biodiversidade estuarina e as populações que dependem da
laguna. Esse cenário também é percebido em afluentes como o Rio Mundaú,
o Riacho do Silva e canais de drenagem urbana.
Além das
condições físicas e químicas, há relatos de manchas de óleo na região, o
que tem gerado preocupação e mobilizado investigações adicionais. Sobre
essas ocorrências, o consultor ambiental do IMA e geólogo, Jean Melo,
destacou: “As análises relacionadas ao aparecimento recente de manchas
de óleo estão em andamento. Esse trabalho é essencial para entender a
origem e a extensão do problema, além de possibilitar a adoção de
medidas corretivas e preventivas”, disse.
Até o momento, as análises físico-químicas não revelaram padrões acima dos historicamente registrados, mas evidenciam a necessidade de atenção contínua para a gestão integrada do CELMM. O instituto reafirma seu compromisso com a preservação ambiental e a segurança da população, mantendo o monitoramento contínuo e aprimorando suas ações para mitigar os impactos identificados.