A guerra política em Alagoas já começou, e o governador Paulo Dantas tem
se mostrado um grande aliado do grupo de Renan Filho na costura desse
tabuleiro. Com inteligência estratégica, Dantas avançou no terreno da
Eleição de 2026 enquanto o prefeito de Maceió, JHC, segue em Brasília há
quase três meses, empenhado em tentar emplacar a tia no Superior
Tribunal de Justiça.
No jogo político, quem não ocupa espaço
perde terreno. E foi exatamente isso que aconteceu. Enquanto JHC
priorizava seu projeto familiar na capital federal, Paulo e Renan
Calheiros reverteram o placar de algumas das maiores cidades do estado.
Os adversários do MDB conquistaram prefeituras como Rio Largo e Maragogi
nas urnas, mas, após a posse, os prefeitos Carlos Gonçalves (Rio Largo)
e Dani Vasconcelos (Maragogi) não demoraram a trocar de lado. Agora,
embarcam no projeto do Governo de Alagoas, que já conta com mais de 90
prefeituras.
A articulação política não foi apenas um movimento
isolado. Com isso, Paulo e Renan conquistaram também um partido,
ampliando a base aliada no estado e consolidando o projeto do grupo para
2026. Em um movimento calculado, eles "viraram o jogo após o apito do
juiz e o placar adverso", provando que a política não se decide apenas
no dia da eleição, mas no dia seguinte.
Além das prefeituras,
Paulo Dantas também conquistou a liderança do PSD em Alagoas, com apoio
do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. O partido, embora já
integrasse a base do governo Lula, estava sob o domínio do vereador Rui
Palmeira, que agora perde espaço na política estadual. Com esse
movimento, Dantas amplia seu leque de alianças e se fortalece ainda mais
para a disputa de 2026.
Para JHC, a situação começa a ficar
delicada. O prefeito, que negociou espaços para garantir a mãe senadora,
a tia ministra, o pai deputado estadual, a esposa deputada federal e
ele próprio futuro candidato ao Governo de Alagoas, agora vê sua
estratégia política ruir. O chamado "Clã dos Caldas" enfrenta
turbulências, e o prefeito já precisou ligar a sirene da ambulância para
pedir socorro. De Brasília, tem buscado aliados desesperadamente e
confidenciado que Paulo está subjugando ele sem precisar lutar. É a arte
da guerra: muitos jogos são vencidos antes mesmo de começar.
Enquanto
isso, Renan Filho mantém o foco no Ministério do Trabalho, acumulando
entregas pelo país e sendo um dos ministros mais bem avaliados do
governo Lula. Na próxima segunda-feira, ele entregará uma rodovia que
sempre foi prometida, mas nunca saiu do papel na época em que JHC era
deputado federal.
JHC parece caminhar para o mesmo destino de
seus antecessores. A maldição dos prefeitos de segundo mandato em Maceió
tem sido implacável: Kátia Born, Cícero Almeida e Rui Palmeira não
conseguiram transformar sua popularidade municipal em projeção estadual.
O último a escapar desse destino foi Ronaldo Lessa, mas ele não buscou a
reeleição e esperou dois anos para disputar o Governo de Alagoas.
O
prefeito de Maceió tem um ano para decidir seu futuro, mas o cenário
político já indica que ele pode estar prestes a procurar uma desculpa
para não seguir viagem.
JHC (PL) e Paulo Dantas (MDB) - Foto: Reprodução
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